Apendicite: causas e tratamentos
A apendicite aguda é uma doença muito comum, que necessita diagnóstico e tratamento especializados com urgência. Ocorre pela obstrução do apêndice cecal que leva a sua inflamação e infecção, e é mais frequentemente em pacientes jovens. Em 2013, ocorreram em todo o mundo cerca de 16 milhões de casos. No Brasil estimam-se 150 mil/ano. Mas quais são as causas e os tratamentos disponíveis?
O apendice cecal é um pequeno órgão (de 5 a 10 cm de comprimento) que se localiza no canto inferior direito do abdômen e se comunica com a primeira porção do intestino grosso (ceco), em fundo cego, como uma via sem saída. Tem formato cilíndrico, com diâmetro que não ultrapassa normalmente os 7 mm.
Sua função é controversa, sendo parte do sistema de defesa do organismo contra infecções, mas tendo uma função apenas residual, quando comparado aos nossos antepassados e outros animais – onde o apêndice é parte importante no processo da digestão dos alimentos. Quando fica inflamado, ele pode causar dor abdominal severa, além de se encher de secreção, uma condição chamada de apendicite ou de apendicite aguda.
Quais são as causas da apendicite?
A apendicite possui causas diversas, sendo que a mais comum é a entrada de fezes dentro do apêndice, causando a irritação e a inflamação do órgão. Também pela retenção de gordura ou como resultado de infecções gastrointestinais de origem viral ou bacteriana.
Nesses casos, há uma proliferação excessiva das bactérias naturais do órgão, ocasionando dor abdominal e inchaço.
Geralmente, a doença é considerada um quadro emergencial que necessita de intervenção cirúrgica que, se não tratada a tempo, existe o risco de rompimento do apêndice, o que pode levar a uma infecção generalizada.
Quais são os sintomas da apendicite?
O principal sintoma da apendicite é uma dor aguda e forte localizada no lado direito e na parte inferior do abdômen do paciente, geralmente na altura do umbigo. Esse é o chamado lado da apendicite, mais ou menos onde o órgão se localiza no corpo. Essa dor pode começar com pontadas leves e depois se portar de forma constante, tornando-se, com o passar do tempo, quase insuportável.
Outros sintomas da apendicite podem incluir também:
– Febre
– Perda de apetite
– Náuseas e vômitos
– Apatia
– Calafrios
– Constipação
– Rigidez e inchaço abdominal
Como é feito o tratamento da apendicite?
A apendicite é tratada, de forma geral, por meio de uma remoção cirúrgica de emergência. Isso porque, se o apêndice se encher de secreção e estourar dentro da cavidade abdominal do paciente, em um processo chamado de apendicite supurada, o indivíduo pode acabar com uma septicemia, seguida de uma infecção generalizada – um quadro extremamente grave e que pode levar a óbito.
A cirurgia convencional (aberta) pode ser realizada hoje em dia com pequenas incisões (corte) de aproximadamente 2 a 5 cm no canto inferior direito do abdômen. Quadros infecciosos mais duradouros e pacientes mais obesos demandam, às vezes, incisões um pouco maiores para permitir o acesso adequado.
O anestesiologista individualizará o tipo de anestesia para cada paciente, que poderá ser raquianestesia, peridural ou, ainda, anestesia geral. A cirurgia pode ainda ser realizada por videolaparoscopia. Neste caso, o paciente é submetido à anestesia geral, é insuflado gás no abdômen e, por meio de pequenos orifícios, posicionadas duas pinças e uma pequena câmera, que filma o interior do abdômen, permitindo ao cirurgião operar olhando para um monitor. Essa modalidade de cirurgia apresenta menores incisões com melhor resultado estético e o retorno às atividades diárias mais cedo.