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    • Um dos desafios enfrentados diariamente pelas pessoas é de se reconfortar com a comida após um estressante dia de trabalho ou estudo. Durante a noite, lanches rápidos costumam ser o alimento preferido para quem não quer perder tempo. No entanto, comer tarde da noite pode ter consequências na saúde. Pelo menos é o que revelou um estudo realizado nos Estados Unidos. Na pesquisa, foram ouvidas 34 mil pessoas. Destas, aproximadamente 60% afirmaram que se alimentam após às 21h. Neste artigo, vamos revelar se comer tarde da noite faz mal. Acompanhe! Foto: Freepik Problemas que podem surgir com a alimentação tarde da noite De acordo com Marie-Pierre St-Onge, nutricionista da Universidade de Columbia, o corpo humano evoluiu ao longo dos anos para processar alimentos durante o dia e para conservar e manter a energia durante a noite. Obviamente, quebrar este ritmo pode causar problemas. Como exemplo, a nutricionista citou os diversos estudos que comprovaram que comer três horas antes de dormir pode piorar a azia ou refluxo gástrico. Além disso, consumir alimentos próximos à hora de dormir pode ocasionar insônia.e acordo com a European Food Safe Authority, são níveis seguros para o consumo de café pessoas: Relação de comer à noite com o ganho de peso Um estudo realizado em 2019 com quase 900 idosos mostrou que aqueles que consumiram 100 ou mais calorias, duas horas antes de dormir, tiveram cerca de 80% mais probabilidade de ganhar peso em comparação com aqueles que não comeram no mesmo período. Foto: Freepik Relação de comer à noite com diabetes Já em 2023, um outro estudo foi realizado com 850 adultos, no Reino Unido.  Aqueles que comeram regularmente após às 21h tiveram níveis mais elevados de hemoglobina glicada (HbA1c) no sangue – um marcador de risco de diabetes – e maiores picos de açúcar e gordura, depois das refeições diurnas, em comparação com aqueles que não consumiram lanches noturnos. Por que comer tarde pode ser um problema para o seu corpo? Em mais uma pesquisa, desta vez em 2022, dezesseis adultos com excesso de peso ou obesos seguiram dois horários alimentares diferentes, cada um durante seis dias: um horário permitia café da manhã logo após acordar, almoço ao meio-dia e jantar no início da noite; e o outro alternou as refeições quatro horas depois, com o jantar por volta das 21h. Os participantes consumiram as mesmas quantidades de nutrientes e calorias, em ambas as rotinas.  No entanto, no horário das refeições posteriores, eles sentiram mais fome do que no horário anterior. Ao mesmo tempo, os níveis do hormônio leptina (que sinaliza saciedade) eram mais baixos ao longo do dia, e os níveis de grelina (que sinaliza fome) eram mais elevados. Na descoberta, o estudo apontou que todos ‘queimaram’ menos calorias. A pesquisa sugeriu, portanto, que comer tarde da noite pode causar ganho de peso. A pesquisa também descobriu que os carboidratos consumidos à noite resultaram em maiores picos de açúcar no sangue do que aqueles consumidos no início do dia. Isso ocorre, em parte, porque a melatonina, um hormônio que promove o sono e que aumenta à noite, amortece a secreção de insulina, que regula os níveis de açúcar no sangue. Segundo este estudo, níveis elevados de açúcar no sangue podem eventualmente danificar os vasos sanguíneos e aumentar o risco de desenvolver hipertensão e diabetes tipo 2 Afinal de contas, posso comer à noite ou não? É melhor evitar comer de três a quatro horas antes da hora habitual de dormir. Outra questão é que, para a saúde a longo prazo, não se alimentar antes de dormir pode reduzir os sintomas de refluxo gástrico. Logo, o melhor a fazer é manter suas maiores refeições entre 7h e 19h. Médicos que lideraram os estudos afirmaram que, caso seja necessário comer à noite, as pessoas devem optar por refeições ou lanches menores e mais nutritivos, que não sejam muito ricos em gordura ou açúcares adicionados, como iogurte natural com frutas, vegetais com homus ou manteiga de amêndoa e torrada integral. Quer ficar por dentro de notícias, dicas e demais materiais publicados pela AdviceHealth? Inscreva-se em nossa newsletter!

    • Quem é amante do café já deve ter se perguntado quantas xícaras podem ser tomadas por dia. A bebida é a segunda mais consumida no mundo, perdendo apenas para a água. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), foram produzidos, entre outubro de 2021 e setembro de 2022, mais de 170 milhões de sacas. O consumo chegou a 96% do que foi produzido. Com um mundo cada vez mais dependente do café, vamos falar um pouco sobre a bebida, quantas xícaras de café podem ser tomadas por dia, os grupos que devem apreciar a bebida com moderação e muito mais. Acompanhe! A cultura de tomar café tem um forte apelo social, tendo em vista que as grandes concentrações de produção estão agrupadas em propriedades familiares. Isto acarreta em grande emprego de mão-de-obra nesses locais, sobretudo em todo o processo industrial e comercial. Quantidade segura Um estudo conduzido pela University of South Australia, que envolveu a participação de 17 mil voluntários e trouxe à tona interessantes descobertas sobre a quantidade de xícaras de café que se pode tomar por dia. De acordo com os resultados, indivíduos que ingeriram mais de seis xícaras de café por dia apresentaram um aumento de 53% no risco de desenvolver demência ou sofrer um acidente vascular encefálico (AVC). No entanto, é importante ressaltar que esses achados não implicam necessariamente que o café seja a única causa dessas condições, pois fatores diversos podem influenciar essas associações.  Endocrinologistas afirmam que não há problema em tomar café todos os dias, mas alertam que a dose diária depende de cada pessoa. De acordo com a European Food Safe Authority, são níveis seguros para o consumo de café pessoas: Outra informação importante, ainda de acordo com a European Food Safe Authority, é que o café expresso tem o triplo de cafeína que o coado, portanto deve ser alvo de atenção. No entanto, não é só o café que possui cafeína. Outros alimentos, como o cacau, guaraná e alguns chás contam com determinados níveis do princípio ativo, sem contar as bebidas estimulantes, conhecidas como energéticos. Quem deve ter cuidado na dose? Algumas pessoas devem apreciar o café com moderação, é o caso das gestantes, dos sensíveis à cafeína, das crianças e adolescentes. Além deles, os cardiopatas e pessoas que fazem uso de suplementos de academia não devem abusar. Café vicia? De acordo com o neurologista Marcel Simis, da Associação Paulista de Neurologia, caso haja um consumo exagerado de café, o corpo vai processar a cafeína cada vez mais rápido, demandando-a cada vez mais. O médico destaca que isso pode causar efeitos contrários à energia e atenção, como crises de abstinência, que podem gerar cansaço e irritação. Café engorda? O café possui propriedades termogênicas e estimulantes, portanto não causa ganho de peso. De acordo com o médico Audie Nathaniel Momm, nutrólogo do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, o consumo do café deve fazer parte de hábitos alimentares e exercícios físicos regulares. Ou seja, consumir café por si só não será capaz de acelerar a perda de peso. O que existe, na verdade, é um cuidado ao adoçar a bebida. Nutricionistas recomendam o consumo do café puro, mas caso as pessoas queiram adoçar, não se deve utilizar açúcar branco nem adoçantes à base de sacarina e sucralose. Para substituir, pode-se optar por: Melado em cana; Açúcar demerara; Açúcar de coco; Açúcar mascavo; Adoçantes à base de stévia. A paixão pelo café é compartilhada por milhões em todo o mundo, impulsionando uma indústria cativante. Contudo, é essencial abordar a questão da quantidade segura de consumo diário. Embora o café ofereça benefícios à saúde e seja uma parte intrínseca da cultura cotidiana para muitos, estudos indicam que o excesso pode estar associado a aumentos no risco de demência e derrame, a depender dos hábitos de vida dos indivíduos. Quanto a mitos comuns, o café não é um vício inerente, ainda que o consumo excessivo possa levar a uma adaptação do corpo à cafeína. Da mesma forma, o café em si não contribui para o ganho de peso, contanto que seja apreciado com moderação e sem adição de açúcares refinados ou adoçantes artificiais. Quer ficar por dentro de notícias, dicas e demais materiais publicados pela AdviceHealth? Inscreva-se em nossa newsletter!

    • Resultados mostram diferentes percepções entre os atores envolvidos, como advogados e médicos, e a possível indução que sofrem para gerar as ações judiciais De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), somente em 2016, cerca de R$ 290 milhões foram gastos com ações judiciais em saúde. Os processos, que cresceram mais de 100% desde 2012, exigem que o governo arque com determinado medicamento ou procedimento, independente da existência das alternativas terapêuticas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A indústria farmacêutica influencia na judicialização da saúde? Os gastos elevados trazem preocupação para a gestão do Sistema. Mas, quem são as pessoas que movem as ações judiciais? Qual a relação dos profissionais médicos e advogados com estas decisões? E qual a participação da indústria farmacêutica? Ponderando estas questões, o farmacêutico e doutor em Saúde Pública, Orozimbo Henriques Campos Neto, investigou a percepção dos atores sociais envolvidos nas ações judiciais em saúde e o papel da indústria farmacêutica em Minas Gerais. Os resultados foram apresentados em sua tese defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG. O pesquisador diz que o destaque da sua pesquisa de doutorado foi apontar o tamanho das dificuldades geradas pela judicialização e o quanto os sistemas de justiça e de saúde estão vulneráveis ao complexo econômico e industrial da saúde. “O poder judiciário impõe que a gestão siga sua decisão. Mesmo que não seja boa para o Sistema ou o coletivo, já que essas ações judiciais são voltadas, na maioria das vezes, para o contexto do indivíduo”, afirma Campos Neto. “Não tirando as necessidades de olhar para o indivíduo. Mas a soma dessas ações não gera, necessariamente, um coletivo melhor. O recurso fica concentrado nessa área, sendo retirado de todas as outras ações importantíssimas para o SUS, como a Atenção Primária em Saúde”, completa. Campos Neto ressalta que o problema da judicialização da saúde vai além de atender poucas pessoas. Estas elas conseguem tratamentos de alto custo, que nem sempre são as melhores opções, e que geram mais lucro para o advogado, para o médico e para a indústria farmacêutica, principalmente. “O propósito de resolver um problema na política pública via justiça, na verdade foi um elemento que favoreceu, ainda mais, às indústrias farmacêuticas para que aumentassem seus lucros e não garantiu a resolutividade da assistência a saúde”, declara. Por isso, “o judiciário se coloca dentro do complexo da saúde, em algumas situações, como desorganizador do planejamento no SUS”. Os atores da judicialização da Saúde Campos Neto conta que esta pesquisa que deu origem a tese de doutorado é continuação da sua dissertação, feita com base nos dados de ações judiciais da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES- MG), entre os anos de 1999 a 2009. Durante o mestrado, ele identificou predominância de determinados médicos, advogados e de indústrias farmacêuticas em algumas das 6.112 ações totais. “Além de estarem atuando sempre juntos, as ações eram por medicamentos de custo elevado. Parecia ter uma relação direta para que as ações judiciais acontecessem”, aponta. De acordo com o pesquisador, o mestrado concedeu dados numéricos da relação desses atores sociais com a judicialização em saúde, mas foi no doutorado, com a análise qualitativa, que sua suposição se tornou real. “Dentro daquele banco de dados, mapiei os principais atores envolvidos, responsáveis para que estas ações surgissem e resultassem em um procedimento ou medicamento pago pelo SUS”, explica. Ele selecionou dez atores – dois profissionais médicos, dois advogados particulares, um defensor público, um promotor de justiça, dois desembargadores e uma paciente – os quais responderam sua entrevista semiestruturada. A coleta de dados por meio de entrevistas foi feitas em dois ciclos. O primeiro do final de 2011 até metade de 2012 e, depois, retomada em 2014. Para a análise, utilizou-se uma metodologia de pesquisa qualitativa denominada interacionismo simbólico, que procura entender a interpretação que as pessoas têm no cotidiano à medida que se envolvem com o fenômeno. Por exemplo, ainda que a judicialização fosse algo novo para o médico ou o juiz, ao trabalhar com isso, ao longo do tempo eles criavam novas interpretações e mudavam a compreensão sobre o problema. “No momento de análise, achei interessante como os atores fora da Saúde enfrentam o problema. O desembargador entrevistado deixou claro sua preocupação em buscar tomar decisões com a medicina baseada em evidências”, observa Campos Neto. “Mas, sabemos que a indústria farmacêutica também produz informações técnicas. Então, temos que pensar sobre o limite dos profissionais que não são da área da Saúde buscar informações e não ser, de certa forma, induzido nas decisões”, continua. Percepção da Judicialização Segundo o pesquisador, um dos médicos entrevistado deixou claro que tinha uma relação aberta e considerava importante sua relação com a indústria farmacêutica, trabalhando de forma a “educar” os pacientes a usarem determinados medicamentos. “Era uma clara relação comercial com a indústria, que resultava nos pacientes recorrendo a judicialização para que o SUS pagasse por aquele medicamento”, acrescenta. Mesmo que a outra médica entrevistada tenha mostrado uma visão crítica sobre a relação com a indústria, de acordo com Campos Neto, na fala dos dois, ficou evidente a tensão existente da indústria em cima dos profissionais de saúde, sendo uns mais permissíveis e outros não. Isto também ficou claro na fala dos advogados, que mostraram sofrer indução da indústria farmacêutica para judicializar. “Apareceu uma nova figura: as associações de pacientes. Muitas vezes, elas contratam advogados para conseguirem os produtos e tratamentos pela via judicial. E um dos advogados chegou a dizer que isso virou um nicho de atuação dos profissionais do direito”, relata Neto. “Também encontrei destacado no site de um escritório de advocacia de Belo Horizonte que ‘medicamento é um direito constitucional’. Na visão desse grupo, o direito constitucional era conseguir um produto. Não tinham a ideia de assistência à saúde, da rede de cuidados ao paciente”, alerta o pesquisador. “Ou seja, vendiam os serviços de advocacia e favoreciam uma indústria que vendia um produto. Eles ainda listavam os medicamentos que …

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