Saiba mais sobre as causas e tratamentos da diástase
A diástase dos músculos reto abdominais consiste no afastamento da musculatura abdominal. A fisiopatologia envolve o aumento da pressão intra-abdominal e o enfraquecimento da fascia na linha alba. É uma queixa frequente pós-gestacional e aparece, principalmente, no 3º trimestre de gestação e persiste após o parto. Esse problema também pode ser congênito, se apresentar em homens, estar associado à obesidade, doenças do colágeno e ocorrer em pacientes submetidos a múltiplas cirurgias abdominais. Apresenta-se com uma protuberância abdominal na linha média do abdômen anterior, porém, pode estar associado a hérnias abdominais, que possuem falha na aponeurose.
A queixa do paciente pode ser estética (apenas pela deformidade abdominal) e, muitas vezes, acompanha flacidez cutânea. Por isso é comum a correção associada à uma abdominoplastia. Não existe uma definição objetiva de quanto o afastamento é normal e quando ele passa a ser considerado patológico. Existem trabalhos que mostram que a distância dessa musculatura de até 2 cm pode ser normal na população geral, mas isso não impede que quem tenha menos que isso apresente sintomas.
Esses sintomas variam desde o desconforto abdominal e dor lombar, à insatisfação corporal e piora da autoestima. Pode estar associado também ao enfraquecimento do músculo pélvico e incontinência urinária e fecal.
O diagnóstico, muitas vezes, é clínico. Porém, é comum ser realizada um ultrassom da parede abdominal, para que seja quantificada a diástase e identificadas outras deformidades abdominais. Essa avaliação complementar também pode ser realizada com tomografia e ressonância.
O tratamento, inicialmente, pode ser por meio do fortalecimento da musculatura da parede abdominal, com exercícios direcionados e educação postural. Malhas e faixas elásticas podem ser usadas como prevenção – principalmente no período pós-parto, ou mesmo após uma cirurgia abdominal –, com o objetivo de se evitar a recidiva de uma diástase. No pós-parto é recomendável não iniciar exercícios direcionados para esse fortalecimento antes de seis semanas após o parto, sendo essencial sempre seguir a orientação/opinião do obstetra, antes de iniciar qualquer atividade física.
Casos em que há deformidade visível, associado a sintomas, sem regressão após o tratamento clínico ou, até mesmo, associado a outras patologias da parede abdominal (como hérnias) possuem uma necessidade funcional para sua correção. Porém, é comum, em uma abdominoplastia estética com a técnica de plicatura da aponeurose, mesmo sem queixas, para melhora do contorno corporal.
O tratamento cirúrgico pode ser realizado, no mínimo, seis meses pós-parto – preferencialmente, após o término da amamentação. A cirurgia pode ser associada à abdominoplastia e correção de hérnias abdominais (como umbilical e epigástricas).
A plicatura da musculatura pode ser feita com fios absorvíveis e não absorvíveis, pontos simples e contínuos, por camadas, e também pode ser associado ao uso de telas. Existe uma grande variedade de técnicas descritas na literatura, com um baixo índice de recidiva, devendo ser individualizada em cada caso.
O tratamento também pode ser realizado por laparoscopia ou por cirurgia robótica, mas fica reservado aos casos que não possuem excesso de pele para ser tratado, mudando o plano da plicatura para intra-abdominal.