Coração acelerado: quando se preocupar?
De repente, você começa a sentir o coração acelerado. E leva um susto! Em situações de nervosismo ou durante a prática de exercícios físicos, esse tipo de reação do corpo é normal. Mas, quando acontece durante o repouso, e até mesmo durante o sono, a famosa palpitação precisa ser investigada. Embora a maioria das arritmias cardíacas não ameace a vida, algumas são muito graves. Estão diretamente relacionadas a infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC) e podem ser fatais.
Saúde Pública:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 17,5 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças cardiovasculares no planeta. No Brasil, quase 30% de todas as mortes estão relacionadas a problemas no coração. São mais de 308 mil vítimas por ano no País – 60% homens.
Será que o meu coração é normal?
Nos adultos, o batimento cardíaco normal pode variar entre 60 e 100 batimentos por minuto. Quando o pulso fica abaixo dos 60 bpm, a condição é chamada de bradicardia, o coração mais lento. Entretanto, quando o batimento ultrapassa 100 batimentos por minuto, os médicos consideram taquicardia – o coração acelerado.
Os números podem ser outros
Os valores de referência utilizados pelos especialistas mudam de acordo com a idade do indivíduo – e com diversos outros fatores que somente os médicos cardiologistas, através de exames específicos, são capazes de identificar. As arritmias cardíacas – entre elas as taquicardias – atingem de fetos às pessoas idosas. O batimento normal de uma criança recém nascida por exemplo, pode passar dos 140 bpm. Já o coração de um atleta de alto nível pode bater apenas 35 vezes por minuto e ser saudável.
O circuito elétrico do coração
Imagine o coração como se fosse uma casa. Além dos cômodos (átrios e ventrículos), ele possui um circuito elétrico, capaz de fazê-lo contrair de forma autônoma – diferente dos músculos do nosso braço, que precisam de um comando consciente, por exemplo. Esse circuito é ativado pela concentração de eletrólitos (sódio, cálcio e potássio) no organismo. O ponto específico de onde a energia elétrica é disparada é chamado de Nó Sinoatrial. Ele está localizado sobre o átrio direito e é o nosso marcapasso natural.
Entretanto, para que tudo funcione bem, a energia elétrica não pode ser distribuída por todo coração de uma só vez – isso faria com que átrios e ventrículos batessem juntos. A eletricidade precisa obedecer um ritmo. Primeiro a parte de cima (os átrios) contraem. Eles são responsáveis por 30% do enchimento dos ventrículos. Em seguida, a metade inferior do coração recebe o estímulo. É esse movimento sincronizado que provoca aquele som familiar (Tum-pá.. Tum-pá).
Mas o que deixa o coração acelerado?
Em condições normais, existem alguns sistemas especializados em fazer o coração bater mais rápido ou devagar, de acordo com a necessidade. São os sistemas nervosos Simpático e Parassimpático. Mas, como em toda rede elétrica, o coração também pode sofrer com “interferências e curtos circuitos”. As causas mais frequentes de um coração acelerado são:
– Propensão genética
– Obesidade
– Cigarros
– Consumo excessivo de álcool e cafeína
– Consumo de drogas estimulantes lícitas ou ilícitas
– Hipertireoidismo
– Doenças reumáticas
– Infecções
– Febre
– Hipoglicemia
– Anemia
– Desidratação
– Remédios para asma ou bronquite
Há ainda os casos em que pacientes sofreram alguma outra doença do coração. As cicatrizes deixadas por esses males alteraram a forma como a eletricidade passa pelo músculo cardíaco e provocam alterações nos batimentos.
Durante as crises mais graves, o paciente com arritmia pode sofrer dores no peito, falta de ar, desmaios e até mesmo morte súbita. Por isso, é importante ficar atento aos sinais. Sentir o coração acelerado pode ser uma reação natural do organismo, mas também pode significar que algo grave está acontecendo. O único profissional capaz de afirmar com segurança se o seu coração está saudável ou precisa de atenção é o cardiologista. Fazer o acompanhamento com consultas e exames de rotina pode melhorar significativamente a sua qualidade de vida.