Desperdício de Recursos na Saúde Suplementar: Caminhos para a Sustentabilidade e Eficiência
A pandemia de Covid-19 gerou um aumento significativo na preocupação dos brasileiros em relação ao acesso e à qualidade do atendimento médico. De acordo com a Pesquisa Anab de Planos de Saúde (2021), encomendada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), 81% dos brasileiros se sentem mais apreensivos quanto à falta de acesso a tratamentos médicos após a crise sanitária.
Esse cenário resultou em um crescimento expressivo no número de beneficiários de planos de saúde. Dados da ANS revelam que 26% da população brasileira é atendida pela Saúde Suplementar, que atualmente conta com 679 operadoras e atende 50,4 milhões de pessoas. Porém, à medida que cresce a demanda, surgem também desafios relacionados ao desperdício de recursos, um problema que compromete a eficiência do sistema e, consequentemente, a qualidade do atendimento aos pacientes.
Crise na Saúde Suplementar
Os desperdícios na Saúde Suplementar podem ser definidos como a alocação ineficiente de recursos, o que resulta em custos desnecessários. Isso inclui práticas como a realização excessiva de exames, tratamentos inadequados e fraudes. Em 2020, o setor de saúde registrou um prejuízo de R$22,5 bilhões, segundo o Instituto Ética Saúde. As causas deste desperdício são diversas e incluem a falta de regulamentação, falhas estruturais e operacionais, e práticas ineficientes.
Estudo do Journal of the American Medical Association, em parceria com a ANS e a OCDE, revelou que o Brasil perde mais de R$300 bilhões anualmente com desperdícios no setor de saúde, representando cerca de 40% dos custos totais. No cenário global, o desperdício de recursos em saúde supera US$3,5 trilhões anualmente.
Estudos confirmam a magnitude desse problema. Um levantamento da Waste in the US Health Care System – Journal of the American Medical Association, ANS, IBGE e OCDE – aponta que mais de R$300 bilhões são desperdiçados anualmente no Brasil com a saúde, representando cerca de 40% dos custos totais desse setor.
Globalmente, o desperdício em saúde supera os 3,5 trilhões de dólares por ano. Nos Estados Unidos, esse valor chega a US$1 trilhão.
Alguns exemplos de desperdícios incluem:
- 25% a 65% dos exames e procedimentos realizados são desnecessários
- 80% a 90% dos resultados de exames são normais
- 20% a 30% dos exames solicitados não são retirados
- 40% a 50% das consultas médicas são desnecessárias
- 55% das emergências hospitalares não são urgentes
- 70% das doenças são relacionadas ao estilo de vida das pessoas
Fonte: Instituto Ética Saúde (2021) / Observatório ANAHP (2019)
Além disso, é importante destacar que a aquisição de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) representa mais de 30% dos custos assistenciais das operadoras de saúde no Brasil, segundo dados do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS). A variação de preços dos Dispositivos Médicos Implantáveis (DMIs) entre regiões e fornecedores é significativa, o que torna crucial uma análise detalhada na escolha dos materiais e na negociação com fornecedores. Além disso, adotar boas práticas de controle e autorização de OPME faz toda a diferença no fechamento das contas.
Alguns fatores que contribuem para esse cenário incluem: a baixa concorrência entre fabricantes, a alta tecnologia dos materiais, a exclusividade de distribuição para alguns fornecedores, o monopólio de mercado, a inclusão de novos procedimentos no Rol de Procedimentos da ANS e as discrepâncias de preços entre produtos equivalentes.
Sustentabilidade do Setor
Diante deste cenário, surge a necessidade de criar mecanismos que visam mitigar os desperdícios e promover a sustentabilidade do setor, sem comprometer a qualidade do atendimento aos beneficiários, especialmente para as operadoras de saúde.
Os desperdícios podem causar atrasos em procedimentos, aumento de custos, comprometimento da qualidade do tratamento (como o uso de materiais inadequados), erros clínicos, ineficiência operacional e redução da confiança no sistema de saúde. Além disso, afetam o planejamento individualizado dos tratamentos. Para atenuar esses problemas, é fundamental melhorar o controle de estoques, investir em treinamento de profissionais e utilizar tecnologia para otimizar processos logísticos e de compras.
Diante do cenário de desperdício de recursos e desafios estruturais apresentados ao longo deste artigo, é fundamental que as operadoras de saúde adotem soluções inovadoras para garantir a eficiência do sistema e a qualidade no atendimento aos pacientes.
A AdviceHealth, ciente dos desafios complexos que as operadoras de saúde enfrentam, e com 13 anos de experiência ajudando a resolver estes desafios, desenvolveu a plataforma Buymed 2.0, uma ferramenta estratégica que auxilia as operadoras de saúde na negociação e aquisição de OPME de forma mais eficiente e transparente.
O Buymed 2.0 oferece acesso a uma rede de mais de 2 mil fornecedores qualificados, permitindo negociações diretas e personalizadas de preços de OPME. Além disso, a plataforma possibilita auditoria pós-procedimentos e proporciona maior controle e agilidade nos processos.
A implementação de soluções como a Buymed 2.0 é essencial para combater o desperdício de recursos e promover a eficiência no setor de Saúde Suplementar. Ao adotar práticas mais inteligentes e tecnológicas, as operadoras não apenas reduzem custos, mas também melhoram a qualidade do atendimento, assegurando a sustentabilidade do sistema de saúde para o futuro.