
Os desafios da saúde suplementar no Brasil
Os problemas relatados por quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS) são muitos. A demora para a realização de consultas, exames e procedimentos, e a escassez de recursos para investir em melhorias de infraestrutura são alguns dos principais entraves.
Essa realidade faz com que a população busque alternativas de atendimento, recorrendo aos serviços de saúde suplementar. Conforme dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), até março deste ano foram mais de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde no Brasil. Esses números variam e os fatores que provocam essa variação são considerados verdadeiros desafios.
Pensando nisso, no post de hoje abordaremos alguns dos principais, para que a sua administração esteja atenta aos problemas que podem comprometer a realidade (e os custos) das operadoras de saúde.
Instabilidade econômica
A instabilidade econômica pode trazer reflexos negativos para a gestão dos planos de saúde. Com a recessão, as famílias brasileiras optam por eliminar gastos e entre os principais estão os das mensalidades com planos de saúde. Somente nos últimos três anos foram mais de 3 milhões de brasileiros que deixaram de pagar o plano privado. Para minimizar os impactos, muitas operadoras estipularam um aumento de aproximadamente 10% nos valores das mensalidades, o que afastou ainda mais os beneficiários. Com essa queda, a receita das operadoras de saúde reduziu de maneira significativa.
Profissionais (des)credenciados
Os planos de saúde dependem dos médicos credenciados para que possam atender de maneira satisfatória aos beneficiários. A lista de credenciados, inclusive, ajuda a nortear a contratação dos planos – principalmente no que diz respeito aos individuais. O descredenciamento dos profissionais prejudica a reputação das operadoras e ajuda a distanciar os beneficiários. As restrições de atendimento vinda dos próprios profissionais credenciados – como consultas e exames em meses, dias ou horários específicos – também compromete o atendimento prestado.
Alto custo com honorários
Um dos principais gastos registrados pelas operadoras de saúde são relativos aos honorários médicos. Esses valores oneram o orçamento e podem impactar os resultados de gestão dos planos. Ao mesmo tempo, esses honorários devem ser justos e condizentes a complexidade do trabalho desempenhado. Ou seja, um grande desafio para o equilíbrio da receita das operadoras.
Custos para aquisição de materiais de OPME
Os procedimentos de alta complexidade demandam a aquisição de materiais OPME, que podem comprometer – e muito –, o orçamento. E quando esses materiais são adquiridos sem que haja indicação real para sua utilização, os gastos podem ser ainda maiores. A falta de controle e auditoria do processo de compra desses materiais torna-se um dos principais entraves na gestão e controle dos gastos dos planos de saúde.
A relevância e expressividade da saúde suplementar no Brasil é reconhecida. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) já deixaram claro que os atendimentos assistenciais não seriam possíveis de serem realizados considerando apenas o suporte do SUS.
Por isso, torna-se essencial estarmos atentos aos desafios e como eles podem ser superados, para que seja garantido um atendimento de qualidade, somado à sustentabilidade das operadoras de saúde. Sua gestão está preparada?
Com informações de: Ministério da Saúde, Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e Agência Brasil.