
Abimed vai proibir patrocínio de viagens a médicos
Carlos Goulart, presidente-executivo da ABIMED: a tendência é que o pagamento direto entre a indústria e o médico acabe
A partir de janeiro de 2018, a ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares), vai proibir que seus associados arquem com patrocínio direto para viagem de médicos a congressos. A decisão vai ser incluída nas próximas atualizações do Código de Conduta da entidade, que congrega grandes multinacionais com atuação no país, a exemplo da Philips e GE – líderes mundiais em soluções em saúde.
A mais recente alteração no documento, que deverá entrar em vigor a partir deste ano, já faz restrição a esse tipo de ação. O Código de Conduta da Abimed informa que a prática não é recomendada. “O patrocínio para viagens a congressos não é ilegal. Mas a tendência é que o pagamento direto entre a indústria e o médico acabe”, disse o presidente-executivo da Abimed, Carlos Goulart, em entrevista ao portal Diagnósticoweb. “Se houver um congresso, por exemplo, é a organização do evento que deverá promover essa relação com o profissional de saúde. E não o associado da Abimed”.
Ele explica que a decisão atende o desejo dos próprios associados, a quem cabe propor alterações no Código de Conduta da organização. O documento, lançado em 2006, é atualizado a cada dois anos. A estratégia, contudo, é que as mudanças ocorram paulatinamente. “Queremos promover gradativamente uma mudança de cultura. Algo que não se faz da noite pra o dia”, justifica o dirigente. “O primeiro passo foi recomendar que não haja um patrocínio direto. Em seguida, essa recomendação será reforçada, até que isso se torne inaceitável”. A maior preocupação da ABIMED, explica executivo, é que as relações entre empresas e profissionais de saúde sejam cada vez mais transparentes para não permitir que haja desvios de conduta.